sábado, 26 de abril de 2008

Natureza clama

Talvez alguns queiram a natureza assim: fechada, envolvida num manto, preservada de todos e de tudo. Talvez outros não queiram. É como uma oração, um cântico, uma adoração.

Mas a natureza ainda teima, queima, aflora. Uns a querem apenas na forma de alimento, que forre o estomago, outros a querem como alimento para a alma.

Natureza morta? Não, muitos a querem com sobrevida, como relíquia, como foto de demonstração.

Natureza viva? Não, muitos nem pensam nela, só em seus impávidos umbigos e seus largos bolsos, cheios de lama.

A natureza ainda clama, sua vida, sua chama...

Foto: Jardim Botânico/Curitiba por Gilberto da Silva

Desmatar é o remédio...

Em entrevista à Folha de S. Paulo, neste sábado, 26 de abril, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR-MT) avaliou que será preciso encontrar uma "posição intermediária" que assegure o aumento da produção agrícola.
"Com o agravamento da crise de alimentos, chegará a hora em que será inevitável discutir se vamos preservar o ambiente do jeito que está ou se vamos produzir mais comida. E não há como produzir mais comida sem fazer a ocupação de novas áreas e a retirada de árvores."
Durma-se com uma declaração desta!!!!!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Descarte de pilhas

A redação da Partes recebeu um e-mail indignado de uma leitora de Brasília, Regina de Paula, sobre o não cumprimento da Resolução 257/263 de 30/06/99, que trata do descarte de pilhas. "estou indignada com algumas leis que são criadas, e que na prática não funciona" diz a leitora. Regina tenta descartar corretamente mas não encontra nenhuma empresa que receba este material ou que possa ajudá-la.  Fica registrado o apelo da leitora. Quem pode ajudar????

terça-feira, 22 de abril de 2008

Paulo Pobre

Paulo pobre

Paulo, pobre, preto

Pedreiro, pobre

Pedindo pão, pinga

Paulo patriota

Pagando promessa.

Paulo, pobre, pacato

preto, pedreiro

Pagando promessa

Pedindo pão, pinga.

Paulo pintor parado

Ponto pequeno,

Proletariado.

Paulo passado

Prometendo pagar

Preces, pensamento

Pular, pecar.

Perdendo poder

Patriotismo

Perdendo pátria

Pronto pra prisão.

Pedindo perdão

Perigo, procedente

Piegas

Pedindo passagem

Pulando ponte

Paulo pagando

Prometendo pagar

Pecando

Paulo procedente piauiense

Ponto populacional paulistano

Passando piche

Pintando porta

Paulo pirado

Perdido.

Gilberto da Silva

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Casa na Ilha


Próximo ao farol,
a barra, a terra, o sol iluminando uma bela paisagem.
A praia, as pessoas atentas, belezas ao céu que azul, nuvens claras transmitem saudade.

sábado, 19 de abril de 2008

Ribeirinhos, desenvolvimento e a sustentabilidade possível

Publiquei no site da P@rtes em 2005 um artigo de  Josélia Gomes Neves, professora da Universidade Federal de Rondônia - Campus de Ji-Paraná. Republiquei novamente pela pertinencia do texto que pretende estabelecer uma reflexão sobre a "população tradicional identificada como ribeirinha, povos habitantes da Amazônia, articulando a sua existência a possíveis alternativas de desenvolvimento, considerando o contexto em que estão inseridos e do que é possível produzir, num processo que leve em conta a sua relação com a natureza".
O artigo da professora merece ser lido à luz das várias besteiras que se falam pela mídia sobre os povos ribeirinhos e refletir "paulofreireanamente" sobre o "oprimidos" que não são ouvidos como fontes para a realização das máterias quer inundam nossoa jornais.
Leia o artigo na íntegra em: Ribeirinhos, desenvolvimento e a sustentabilidade possível.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dando nomes aos...

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA promete divulgar no dia 23 de abril de 2008 o relatório apontando os nomes das 100 maiores indústrias emissoras dos gases geradores do efeito estufa do Estado de São Paulo. O anúncio será feito pelo secretário Xico Graziano durante a reunião do CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente. O encontro, previsto para ter início às 9h, na sede da SMA, em São Paulo (Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - Alto de Pinheiros), contará com a presença do idealizador do inventário, o ex-secretário do Meio Ambiente José Goldemberg, e do presidente da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, Fernando Rei.


A identificação preliminar das indústrias com maior potencial de emissão do CO2 (dióxido de carbono de origem fóssil) no Estado foi obtida a partir da aplicação dos critérios para avaliações das emissões de CO2 do Intergovernmental Panel on Climate Change - Guideline for National Greenhouse Gas Inventories - IPCC/2006 e da Diretiva da Comunidade Européia, de 1996, sobre a base de dados dos empreendimentos licenciados pela CETESB.

terça-feira, 15 de abril de 2008

mapeamento socioambiental

Estudo inédito realizado por pesquisador da PUC-SP revela que o mapeamento socioambiental ajuda a entender epidemias virais em países tropicais. O estudo afirma que a intensa degradação ambiental provocada pelo homem nesses locais afeta especialmente as florestas tropicais, portadoras da maior biodiversidade do planeta. Sua devastação compromete o equilíbrio e a evolução ambiental local. Esse cenário, no Brasil e no exterior, somado às precárias condições de vida de parte significativa das populações que os habitam estão favorecendo o reaparecimento e a difusão das chamadas "doenças tropicais", como a febre amarela e a dengue hemorrágica no Brasil.

O estudo, tese de doutorado, mostra que as alterações ambientais e as condições socioeconômicas das áreas tropicais estão relacionadas à epidemia de doenças tropicais como a dengue hemorrágica e a febre amarela.

Intitulado As Áreas Tropicais Úmidas e as Febres Hemorrágicas Virais - Uma Abordagem Geográfica na Área Ambiental e de Saúde, a tese foi defendida em 2007 pelo professor do Departamento de Ciências do Ambiente da PUC-SP, Paulo Roberto Moraes.

Mais informações com Prof. Paulo Roberto Moraes, pelos telefones e-mail prmoraes@uol.com.br.

22 de abril, Dia Internacional da Terra

2008 é o Ano Internacional do Planeta Terra. O que temos feito para preservar e conservar?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Debatendo os desafios da educação ambiental

SATO, Michèle. "Debatendo os desafios da educação ambiental". In I Congresso de Educação Ambiental Pró Mar de Dentro. Rio Grande: Mestrado em Educação Ambiental, FURG & Pró Mar de Dentro, 17-21/maio/01.
RESUMO
Ao discutirmos sobre os desafios da Educação Ambiental (EA), inevitavelmente tratamos dos processos de avaliação de suas trajetórias. Tentando romper com a linearidade que determina a maioria das comunicações em EA, mostrando seus frutos, em detrimento de seus obstáculos, este texto busca um diálogo epistemológico que reinvente a EA, em uma perspectiva de construção-desconstrução, para superarmos determinadas dificuldades e utilizar-se da criatividade para ousar novas trajetórias. Nossa análise não é a tradicional metodologia de encontrar "certo e errado", muito menos de "culpados e inocentes", mas circunscreve-se na necessidade de reconhecer a limitação das potencialidades da EA. Abandonando os extremos de "ufanismo-conformismo" ou do "pessimismo-otimismo", visamos gerar um pequeno mal estar, para que a partir da crise gerada, possamos superar os conflitos. Embora as dificuldades sejam muitas, ancoraremos nossas reflexões na: a) a importância da compreensão política da EA e suas representações; b) na falácia do "desenvolvimento sustentável" e nas novas formas de superação; c) na dificuldade do trabalho em equipe, mas na riqueza dos processos de co-educação; d) na importância de um currículo fenomenológico que potencialize a escola como produtora das manifestações culturais; e) da necessidade de introduzir a EA na educação inicial e continuada; e finalmente, f) na fundamentação da pesquisa, como estratégia de compreensão adequada aos caminhos e trajetórias da EA.
Palavras-chaves: desafios da EA; espaços escolarizados; movimentos sociais e EA; processos interdisciplinares; pesquisa em EA.

Confira o texto na íntegra em:
http://www.partes.com.br/meio_ambiente/educacao.asp

O tamanho do desmatamento amazônico

Segundo a Agência Amazônia de Notícias (www.agenciaamazonia.com.br) Amazônia perdeu 320 mil campos de futebol em 2007. O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara Neto, explicou finalmente hoje na Câmara dos Deputados o Projeto de Estimativa de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que monitora a Amazônia por satélite. Durante audiência pública sobre o desmatamento na Amazônia, ele dividiu o desmatamento na região em duas grandes modalidades: corte raso, ou corte e queima – método largamente usado nas décadas de 1970 e 1980, por ser rápido – e degradação progressiva, que vem ocorrendo desde o fim da década de 1990. Nesse aspecto, o desmatamento começa com a extração seletiva de madeira, depois se sucedem as queimadas, em seguida a semeadura do pasto, até o corte total da vegetação. "O processo se tornou conhecido por engana satélite, já que os produtores da área acreditavam ser possível fugir da fiscalização", comentou.

Aquecedor Solar, um auxílio sustentável

A cidade de São Paulo está a caminho da sustentabilidade. O que é muito bom! EmSão Paulo já há uma lei. O uso de aquecedores solares economiza cerca de 17.000 litros de água por ano em cada domicilio. Para a cidade de São Paulo, com aproximadamente de 11 milhões de habitantes a substituição dos chuveiros elétricos por aquecedores solares economizaria mais de 48 bilhões de litros de água por ano.


A cidade de São Paulo aprovou a Lei que torna obrigatório o uso de aquecedores solares nas novas edificações, onde através de grupos de trabalhos, calculou e analisou criteriosamente pontos como uso de água, energia, proteção do clima do planeta e no aumento de renda da população com a substituição do uso da energia elétrica e de combustíveis fósseis pela energia solar, ou seja, no desenvolvimento sustentável do país.


Um primeiro fato a constatar é que a decisão de usar mais ou menos água é feita pelo consumidor. O aquecedor solar pode ser utilizado com vazão de 3 litros por minuto, idêntica a do chuveiro elétrico, a exemplo do que é feito nas mais de 20 mil habitações de interesse social que hoje já usam os aquecedores solares. Portanto as vazões de consumo de água são exatamente as mesmas, ou seja, uma casa com padrão de banho de 3 litros por minuto, 8 minutos de banho e 4 moradores pode usar o chuveiro e o aquecedor solar consumindo para os banhos exatamente a mesma quantidade de água.


Segundo Carlos Faria, diretor do DASOL - Departamento Solar da Abrava - Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento e coordenador da Iniciativa Cidades Solares, "quem determina o volume de água usada no banho é o consumidor final e não o tipo de energia usada para o aquecimento de água de seu banho".


Há disponíveis no mercado vários modelos de chuveiros e duchas, com vazões de 3 a 60 litros por minutos, produtos estes produzidos pelos mesmos fabricantes e que atendem às três formas de aquecimento de água, solar, gás e elétrico. Desta forma, argumento Faria, "em um bom projeto, as vazões serão as mesmas, com exatamente a mesma quantidade de água, dando ao consumidor o poder de escolher que tipo de energia usar, para aquecer a água do seu banho".



O segundo fato é que para gerar energia elétrica nas usinas gasta-se muita água. 90% da água utilizada pelas usinas termelétricas evaporam, comprometendo assim a disponibilidade hídrica para outros usos nos rios brasileiros. Se alocarmos o consumo de água das usinas termelétricas aos distintos usos de eletricidade, a parte que cabe aos chuveiros elétricos é de aproximadamente 48 litros por domicilio por dia. Deste resultado podemos afirmar que o uso de aquecedores solares economiza cerca de 17.000 litros de água por ano e por domicilio. Para a cidade de São Paulo, com seus mais de 11 milhões de habitantes, a hipotética substituição dos chuveiros por aquecedores solares economizaria mais de 48 bilhões de litros de água por ano, e levando em consideração os 20 anos de vida útil que o equipamento solar tem, teremos economia de 960 bilhões de litros de água.


Segundo Faria, "podemos ainda analisar a questão do aquecimento solar por outro aspecto, a poluição gerada pelas termelétricas tem aspectos locais e globais, ligados diretamente às mudanças climáticas causadas pela queima de combustíveis fósseis. Os aquecedores solares têm muito a contribuir, e isto foi percebido pela maioria dos tomadores de decisão a nível global, como comprova a pesquisa realizada pela ONU em 2007".


A International Union for Conservation of Nature, realizou uma pesquisa que procurava avaliar quais tecnologias disponíveis que inspiravam mais confiança em sua capacidade de combater o aquecimento global. A pesquisa foi aplicada durante a reunião da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC), realizada em Bali em dezembro de 2007 e o resultado apresentou que a solução com maior índice de aprovação na pesquisa, foi o uso de energia solar para aquecimento de água (74%). Nesta pesquisa, a IUCN ouviu mil integrantes de governos, de organizações não governamentais e do setor industrial de 105 países. (Texto Fonte Alessandra lopes - alessandra.lopes@mcocom.com.br

sábado, 5 de abril de 2008

Guerrilheiro



Guerrilheiro



Era uma saudação, saudade...
Uma imitação, vontade...
A exata e humana vontade de lutar.
Era apenas um grito, ou uma vontade?
Era talvez a extrema coragem perdida num campus
E no campo, a enxada, o voto e a coragem retomada,
Para tudo, ou quem sabe, para nada.
Quem sabe, num canto da história,
Num curso de um rio, no correr das águas de uma fonte,
Criávamos independência ou simplesmente resignação?
Tempo em que teciam-se guerrilhas e vestíamos fantasias.

 Poesia e fotografia de Gilberto da Silva

quinta-feira, 3 de abril de 2008

 Os velhos


A velha canção
O velho louco
passeando pela avenida.

A velha emoção
A velha, velha
surda nas buzinas.

O velho cantor
O cantador velho,
das velhas cantigas.

O velho, velho
velando na noite.

Velando as velas
Velando as velhas

O velho louco,
pouco e rouco

Na emoção
das velhas, velhas.

Do cantor
da cantiga tão velha
Velha de amor.

Velha que vela o velho.

E o cantador,
versificando versos velhos

Versos das ensurdecedoras
novas buzinas.

O surdo e velho
O surdo bate outra vez
E o velho que acorda,
Velho outra vez.