quarta-feira, 21 de outubro de 2009

resenha: A formação da classe operária.

Resenha
Singer, Paul, 1932- A formação da classe operária. São Paulo, Atual, 1994 (Discutindo a História)

Paul Singer, economista, sociólogo, militante do PT (Partido dos Trabalhadores), aproveita seu passado de metalúrgico, nos anos 50, para escrever este pequeno livro sobre a formação da classe operária, da qual se considera pertencer.
Singer, autor de diversos livros sobre economia política, entende a classe operária enquanto ao conjunto de pessoas desprovidas de "propriedade ou de qualquer fonte de renda e que, por isso, são obrigados a usar a sua capacidade de trabalhar, isto é, a vender a sua força de trabalho para poder viver. São os trabalhadores assalariados."
Demarca as diferenças entre o proletariado e a pequena burguesia, que nem todo assalariado é proletário, pois existe os assalariados burgueses (chefes, grandes dirigentes, presidente de firmas etc), que nem todo operário seja pobre etc.
Retoma sintéticamente a formação histórica da classe operária desde a primeira forma histórica de produção capitalista, a manufatura, que conviveu não apenas com o artesanato.
Tendo como base a proletarização do campesinato, ou seja, os camponeses em várias situações distintas tornaram-se operárias, a formação da classe operária industrial apresentou características diferentes em vários países. Singer esboça em poucas linhas a trajetória, desde o último quartil do século XVIII, a Revolução Industrial (processo de industrialização que está até hoje em marcha no Terceiro Mundo). Foi uma série de mudanças tecnológicas econômicas e sociais, induzidas pela Revolução Industrial.
Paul Singer utiliza a metodologia de análise marxista para descrever o processo de revolução industrial, a passagem da manufatura para a produção industrial. Constitue-se o processo de substituição do homem pela máquina, que não foi pacífico e sim traumático, com muitas revoltas e movimentos contra a utilização das máquinas nas indústrias.
A Revolução Industrial propiciou do pointo de vista tecnológico a aplicação da energia do vapor a máquina e daí surgiu a fábrica, do ponto de vista econômico acarretou um aumento contínuo e incrivelmente rápido da produtividade do trabalho.
Do ponto de vista social a Revolução Industrial produziu a hegemonia capitalista na produção social e o seu produto histórico- o capitalismo industrial.
Em suma, o livro de Paulo Singer é um painel detalhado da história da formação da classe operária no mundo. Uma formação que de início difundiu-se a outros países, a internacionalizar.

Novas e velhas mídias: introdução a uma discussão

Novas e velhas mídias:
Interatividade e integração das mídias com ênfase na TV e no Rádio


O que é rede?
É um conjunto de nós interligados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. (...) São sistemas de televisão, estúdios de entreterimento, meios de computação gráfica, equipes para cobertura jornalísticas e equipamentos móveis gerando, transmitindo e recebendo sinais na rede global da nova mídia no âmago da expressão cultural e da opinião pública, na era da informação.

(...) são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que consigam compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho). (...) apropriados para a economia capitalista, baseada na inovação, globalização e concentração descentralizada. (Manuel Castells, in A Sociedade em Rede - Vol.1)

"A humanidade é como um vasto sistema nervoso - um cérebro global, em que cada um seria uma célula nervosa. A sociedade humana, da mesma forma como o nosso cérebro, pode ser vista como um enorme sistema de coleta de dados, comunicação e memória. Nós seres humanos, nos juntamos em conglomerados de cidades e metrópoles de maneira semelhante à aglomeração de células em gânglios num vasto sistema nervoso. Para unir os “gânglios" e cada uma das 'células nervosas', existem vastas redes de informação". Peter Russel - O despertar da Terra – Cultrix (www.peterusell.com).

Para Pierre Lévy, filósofo francês, o internauta está construindo um mundo novo, uma comunidade virtual e global, que está apenas começando a formar sua linguagem, com seus signos e códigos particulares

Nova noção
A internet é um ambiente de multimeios. Multimidiática. Noção de espaço e tempo.
“O tempo é longo ou é largo” – Laurie Anderson, cantora americana.


Novas tecnologias:
Fibras óticas/Banda larga - aumento da banda disponível para o envio de informações. Máquinas mais sofisticadas e potentes. Só falta investimentos

A integração das mídias:
Som-imagem - Web TV Rádio

- Quando um consumidor estiver assistindo a um show e gostar da calça do cantor, poderá clicar na hora e ver o preço para decidir se compra ou não o produto. Aliança da interatividade da TV com a Web
- Cinema – filme na internet
- O rádio –deve continuar o principal veiculo móvel de informação- crescimento das rádios via internet.

A rede é parte integrante da TV global (“Quando você estiver viajando poderá acessar pela rede seu canal e ver sua casa e sua comunidade” – Anfrew Lippman, diretor do Media Laboratory do MIT (Massachusetts Institute of Technology).


O Processo de fusão-interação
Hoje:
Ainda que algumas empresas continuem a ter divisões de novas mídias operando em separado -a Washingtonpost Newsweek Interactive, e a New York Times Digital, por exemplo- muitas delas não estabeleceram suas unidades online como operações independentes. Em lugar disso, elas funcionam como departamentos de novas mídias de porte mais modesto, dentro dos limites das operações tradicionais, freqüentemente sustentados (no caso das cadeias de jornais) por uma unidade central de novas mídias no plano corporativo.

Em processo:
CNN divisões de rádio, televisão e internet – os jornalistas da CNN agora produzirão conteúdo para cada uma das mídias.
News Corp., de Rupert Murdoch, eliminou sua divisão News Digital Media, dispersando os sobreviventes entre as diversas propriedades da News Corp. a fim de que eles possam operar e dirigir os sites dessas divisões trabalhando de dentro. Futuro: A mídia interativa
Os grandes conglomerados da comunicação vão apropriando-se da internet.
"Tampa Tribune"/Media General Inc., com sua redação multimídia integrada reunindo todo o pessoal que produz para mídia impressa, televisão e Web. É o modelo mais próximo àquele que a CNN disse que vai implementar. Mudança cultural: tanto funcionários quanto executivos adotam a idéia de que não operam mais um "jornal" ou "estação de TV" etc.
A empresa noticiosa moderna deve disseminar seu produto (notícias e informação) a muitas plataformas de mídia diferentes -com a impressa sendo apenas uma delas, e diversos dos outros formatos sendo digitais. Profissionais multiqualificados – multimidias - que atendam aos requisitos de nossos serviços de televisão, rádio e interativos. Não haverá mais coleta de notícias específica para televisão, rádio ou serviços online. Os correspondentes cuja especialidade é a televisão precisam saber como escrever para mídia interativa e como fornecer trilhas de áudio, quando solicitadas e sempre que necessário.O sonho dos anos 60 realizado
"A mídia e as comunicações pela Internet são um "fluxo de consciência" jamesiano e joyciano, fluido e mercurial, e nossos jovens -dos brilhantes empresários da Web aos engenhosos hackers- ocupam um espaço mental radicalmente diferente do vale da morte da Europa pré e pós-guerra. A "aldeia global" de McLuhan aconteceu. Todos os dias a Web está realizando o sonho dos anos 60 -da percepção expandida ou da consciência cósmica." - Camille Paglia - (Uma visionária celebração do ciberespaço) - Tradução de Luis Roberto Mendes Gonçalves, in Caderno Mais, Folha de São Paulo, 23 de julho de 2000)


Enfim, estamos caminhando para o tempo em que a internet será a próxima mídia de massa.
Na internet nada é eterno, nem este espço de artigo....

Algumas anotações sobre o funcionalismo

Funcionalismo............Malinovisk
Função x disfunção ....... A~B ......relação e estrutura de poder / interelação de poder.
Ler: Política e Sociedade ....FHC / Texto 2, 3, 4 e introdução.

PARSONS
· O sistema não dá soma zero: teoria de sistema
· história é factual
· poder econômico x poder político

A ciência possui fundamento no exercício do poder. Ex. Estado ...sociedade. Relação de poder. Funções e disfunções ... princípio do funcionalismo....função manifesta e função latente. Funcionalismo ...capacidade de transformar os insumos dentro da sociedade.
Função. Gerar um meio, relação entre A e B, onde A e B estão articulados em função de um objeto: ex: aprendizado.
Funcionalismo... na sociedade política os indivíduos estão em relação.
... o poder é função do modo: dominante e dominados travam suas relações.
As relaçòes estão em função dapreservação da osciedade (a sociedade preserva a si mesmo).
Crítica...essas relações na sociedade política tomam um aspecto multilinear, integrado, formando um todo.

No funcionalismo A e B são interdependentes, pois sem B, A não detém o poder.

Estrutura (estrutural-funcionalismo)... conjunto das relações (funções), modelo de comprensão e descrição da sociedade. Não explicação do real, mas sim imposição do mesmo.

Disfunção...desarticula todo o sistema = estrutura. Leva ao desequilibrio que imediatamente é reposto. neste método de análise há a preocupação de não haver uma ruptura ou um desequilíbrio ainda que a instabilidade dos indivíduos seja grande. O que é imposto é a preservação do todo.
Estrutura ... definer valores, normas e ascensões.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Algumas questões de filosofias

- O ser e o fazer e o pensar são possibilidades que o próprio homem desenvolve de uma maneira peculiar,e de tal modo,que é esta peculiaridade que lhe permite construir história,produzir objetos,transformar o mundo e a si mesmo constante e inesgotavelvemente. O ser,o fazer e o pensar são características fundamentais do existir humano.
1.O homem,desde os inícios da civilização estabeleceu uma relação primordial com a realidade que o cerca através de atividades que marcaram a busca da sobrevivência. Assim como os demais animais,o homem(ao constituir-se como gênero animal)em estado primitivo natural procurou por todos os meios superar a contradição original e inevitável com a natureza que se apresentava resistente e hostil.
Nesta ânsia de superação desenvolveu atividades que influenciaram sobre as modificações orgânicas,até chegar a estados de complicação anatômica e fisiológica,e principalmente cerebral,que proporcionaram estágios superiores.
Estas atividades a que chamamos de trabalho é que definem o homem porque é através delas que o próprio homem criou maneiras de sobreviver,transformando-se através da transformação da realidade.
O trabalho é,portanto,algo existencial,uma qualidade distintiva do ser humano que se destaca de todos os outros viventes animais.
Ao transformar a natureza,o homem não se adapta simplesmente a ela,torna-a algo próprio dele,inerte e ignorada para mudar-se em produto,em algo próprio do homem,enquanto resultado de sua ação. Neste sentido,o trabalho "humaniza" os corpos sobre os quais ele se exerce.Resulta disto o aumento do domínio da natureza pelo homem e o surgimento do que se chama"cultura".
Do ponto de vista filosófico o que importa acentuar é que à medida que o homem é forçado a conhecer a realidade natural,à medida que aprofunda o contato com o mundo físico pelo trabalho transformador,cria representações(de si mesmo e do mundo) e se constitui no ser que,ao unir subjetivamente as idéias,atribuindo-lhes finalidades,torna-se capaz de produzir um projeto. O homem descobre a existência humana como algo temporal,isto é,envolvida pelo tempo. Esta descoberta não se dá pelo fato do homem falar sobre o tempo mas de experimentá-lo originalmente. Ele descobre-se com um ser que existe em situação,aqui e agora. Portanto,todas as questões que o homem se colocar daí em diante,questões como a verdade,a finitude(de onde vem o universo e para onde vai)que constituem a interrogação originária da reflexão filosófica,encontram oportunidade e desenvolvimento justamente na temporalidade como questão fundamental.
As transformações que o homem opera no tempo,como consequência de sua consciência de temporalidade constituem um processo a que ele chama História(1).
Quando falamos em História não estamos nos referindo apenas àquela narrada nos livros escolares. A História que estará sendo lida amanhã nestes livros que virão depois de nós,está sendo lida por nós nos jornais,ouvida no rádio,vista na televisão,feita e vivida por nós hoje,neste mundo que é nosso.
Quando falamos em consciência histórica,queremos nos referir à percepção que o homem tem do momento em que vive,relacionando-o com o passado que se coloca sob a figura da tradição,e com o futuro que se delineia como projeto. É no interior destas coordenadas que o homem se movimenta(2).
Assim,podemos falar de uma consciência da ação da história no sentido de:
a) termos consciência de nossa imersão na história,sendo impossível uma operação que nos arranque da história para,de cima dela,sobre ela meditarmos;
b)estarmos a cada momento respondendo aos desafios que ela nos acena de modo diverso e variado.
Há dois modos de responder às solicitações:
1.De modo ingênuo:quando não chegamos a perceber a verdadeira dimensão de nossa ação e de nossa possível participação. Estamos imersos no mundo sem nos darmos conta de nossa presença. Agimos sem saber porque e para que. Agimos apenas pelo impulso de valores,conhecimentos,tradições e exemplos que recebemos do grupo no qual nos encontramos.Somos passivos diante da tradição histórica;não a incorporamos,transformamos,enriquecemos.
2.De modo consciente,quando então procuramos percebê-lo no sentido de questioná-lo,modificá-lo(o mundo).
Ao falarmos do homem, portanto,não podemos deixar de falar do mundo no qual ele está inserido,pois este o afeta diretamente,e é impossível referir-se ao mundo sem o homem,pois aquele tem marcas do processo de trabalho humano(3).
3. No sentido acima citado,a cultura é uma criação do homem resultante da complexidade crescente das operações que esse animal se mostrou e mostra ser capaz de realizar no trato com a natureza e da luta que se viu e se vê obrigado a desenvolver para manter-se em vida. Portanto,a cultura é correspondente ao processo de hominização e como tal não tem data de início(4).
A cultura é o resultado das respostas que o homem procurou e procura através de suas atividades aos desafios que a realidade apresenta.
4.Os desafios que o mundo nos lança denominamos problemas. O problema é o motivo primordial que impulsiona o indivíduo a abandonar a atitude de puro envolvimento e assumir uma atitude crítica,na qual propõe-se a verificar aquilo que é dado. Frequentemente é quando as coisas se tornam problemáticas que vamos parar para analisá-las.(5).
A filosofia,as ciências,as religiões,a arte surgiram no contexto de buscas de interpretações e respostas efetivas do homem às situações problemáticas. E quais foram e são elas ? Problemas relativos à comunicação,a origem e ao fim do homem e do universo,o motivo do aqui-agora,o sentido de sua vida,da dor,da felicidade,da insegurança,etc. O homem desejou sempre encontrar formas de participação efetiva na produção de sua história individual e grupal. E isto tem sido uma tarefa constante do homem,a reflexão na busca das origens das contradições da realidade e nos caminhos de superação.
É neste sentido,da reflexão como tarefa,que podemos afirmar a filosofia como uma atividade pertencente a todos os homens e nåo apenas aos filósofos profissionais. Esta filosofia está presente no bom senso,no senso comum,nas formas e crenças religiosas,no modo de ver e agir das pessoas. É aí que germina a filosofia como reflexão sistemática.
A reflexão filosófica funda-se ainda na vivência entendida como o trânsito que fazemos pelas situações. É necessário estarmos ligados naquilo que nos envolve para existir vivência. Estamos sempre em situações ,mas nem sempre vivendo estas situações(6).
5. Neste sentido da vivência a filosofia vê o mundo como presença inexorável que se manifesta e impõe irrecusavelmente. Já vimos e analisamos que a implicação homem-mundo não é exterior,mas que a presença de cada um diante do outro é absolutamente necessária para que cada um identifique-se com aquilo que é. Para a filosofia o mundo é uma presença imediata e absoluta que não pode deixar de reconhecer e aceitar. E a filosofia não o assume como um grande desconhecido,incógnita misteriosa cujo conteúdo caberia desvendar. Ela assume e vivencia o que o mundo é e o que há no mundo. Ela assume o mundo de carne e osso...como a totalidade dos fatos e coisas em que estamos mergulhados e que abre diante de nós a partir dessa experiência imediata e como seu suporte e fundamento manifesto;realidade que nos contém,engloba e transcende e da qual o mundo humano é apenas aspecto.
O homem se dá a si próprio no mesmo movimento pelo qual apreende o mundo, E que o homem apreende é algo semelhante às visões que os outros homens têm do mundo:forma-se uma visão comum. E o que o homem comum conhece,a filosofia não desconhecerá. Assumindo o saber e o conhecimento da visão comum como tais,a filosofia se põe em busca de saber e conhecer sem dogmatismo. Ela efetua um reconhecimento.assume e reflete sobre conhecimentos que já lhe pertenceram. Ela é a aceitação reflexionante e crítica do que já se tinha e sabia. O ponto de partida é o primado absoluto do mundo sobre o saber,sobre o discurso comum. Ela assume o discurso,todo o discurso como evento do mundo,um aspeto do comportamento humano no mundo. Reconhece sua precaridade e contingência sua capacidade de acertar e errar,seu caráter de busca e não de posse da verdade.
Uma vez que o mundo reconhecido é o pressuposto do discurso filosófico,o referencial imediato que o norteará e lhe dará sentido,então a filosofia pode se fazer porque dispõe de um fundamento firme. A partir daí procurará definir suas tarefas e fixar seus programas,formular seus problemas e propor suas superações porque o referencial permanente para a formulação de problemas e a proposição de respostas é o mundo reconhecido(7).
Neste sentido surge a proposta de filosofia como produto de uma atividade de reflexão consciente de sua inserção na história e capaz de explicitamente determinar-se em relação a ela. O filósofo não tem a consciência feliz pela posse da verdade,nem infeliz pelas torturas do ceticismo,mas insatisfeita com o que tem problematizado e colocado em discussão estes seus conhecimentos.
Ao caracterizar-se a filosofia como reflexão acerca da realidade,no sentido de explorá-la em seus problemas,tendo em vista sua significação a partir do senso comum,é necessário observar as características da reflexão e do discurso são:radicalidade,rigorosidade,globalidade.
A filosofia é uma intervenção radical na medida em que pretende ir às raízes dos problemas,no fundo deles,para que não lhes escapem elementos que são fundamentais na compreensão do real. Ela busca superar as aparências do real.
A rigorosidade consiste em não contentar-se com uma percepção ingênua;submete informações do senso comum e as da própria ciência no crivo da razão filosófica que deseja compreendê-las. Rigor não é rigidez. É pensamento crítico,rompendo com o dogmatismo e com a passividade.
O pensar filosófico é um pensar em conjunto e a partir do todo. Insere-se o problema abordado numa perspectiva ampla,na sua história,isto é relaciona o fato com tudo o que rodeia e implica.
Com estas características,ou,apesar delas,a filosofia pretende inserir-se na vida das pessoas em geral porque é aí que ela tem sentido como pensamento que não se isola,ao contrário,coloca-se como um fazer coletivo.(8)
Ao caracterizarmos o pensar filosófico como algo que deve pertencer ao grupo social onde surge,perguntamo-nos como em que condições isto se deu pela primeira vez. A resposta indica-nos como caminho a consulta aos filósofos. Esta consulta nos leva à Grécia,gênese do pensamento filosófico e à necessidade de explicar o "milagre grego"(donde emerge a filosofia).
Há duas formas de abordá-lo:
a) através de um inventário de influências de outros povos(babilônios,egípcios,etc.)sobre os gregos. Esta explicação não atinge a originalidade interna da cultura grega.
b) buscando a explicação interna à própria Grécia através da análise,ainda que rápida,de sua organização sócio-politico-econômico como resultado de seu modo de ser e de pensar o mundo e a si próprios(gregos).


Citações e Referências

1."A realidade compreende duas dimensões fundamentais,a natureza e a história. A natureza é o mundo criado pelo homem,ao passo que a história,cujo conteúdo é a cultura e o mundo criado pelo trabalho e pela luta do homem. Pelo trabalho,o homem converte a natureza em cultura,incorporando-a à história. A rigor portanto,a realidade na qual o homem se encontra é a história."
- Filosofia Política e Liberdade - cap. Filosofia e Política,p.29 -Roland Corbisier.

2."A consciência que temos a cada momento é resultado da ação da história mas ela pode assumir lucidamente esta ação."
- História e Ideologia - p.26/27 -Ernildo Stein

3."A implicação recíproca homem-mundo não é simplesmente exterior,acidental,fortuita,como o livro está na sala,etc...,uma simples justaposição no espaço. Trata-se de uma relação de inerência que afeta,na própria estrutura ontológica,os dois termos constitutivos da relação. Isto quer dizer que só há homem no mundo e só há mundo no homem e para o homem. O homem jamais esteve fora do mundo,no sentido de que tivesse se constituido como tal,longe e à revelia do mundo para inserir-se,em um segundo momento,depois de constituido como homem,em um mundo que lhe fosse estranho e exterior."
- Notas para uma definição de cultura - Revista Civilização Brasileira n.º05/06 março de 1966 -p.240 - Roland Corbisier.

4."A criação da cultura e a criação do homem são duas faces de um só e mesmo processo que passa do principalmente orgânico,em uma primeira fase,ao principalmente social,em uma segunda,sem contudo,em qualquer momento deixarem de estar presentes os dois aspectos e de se condicionarem reciprocamente."
- Ciência e existência - p.22 - Álvaro Vieira Pinto.

5."A essência do problema,portanto,é a necessidade. Uma questão de si não caracteriza o problema,nem mesma aquela cuja resposta é desconhecida;mas uma questão cuja resposta se desconhece e se necessita conhecer,eis aí um problema. Algo que eu não sei não é um problema,mas quando ignoro alguma coisa que preciso saber eis-me então diante de um problema. Da mesma forma,um obstáculo que é necessário transpor,uma dificuldade que não pode ser dissipada,são situações..."
- Filosofia da Educação - Demerval Saviani.

6."Um exemplo citado por Bergson talvez auxilie a compreensão do que é vivência:uma pessoa pode estudar minuciosamente o mapa de Paris;observar minuciosamente os nomes das ruas e suas direções;os planos dos monumentos. Depois esta pessoa pode procurar para si uma visão de perspectiva de Paris,mediante uma série de fotografias,tomadas de múltiplos pontos. Pode chegar deste modo a ter uma idéia bastante clara,muito clara,pormenorizadamente de Paris. Ao contrário,vinte minutos de passeio por Paris são uma vivência.
Entre vinte minutos de passeio a pé por uma rua de Paris e a mais vasta e minuciosa coleção de fotos,há um abismo,pois isto é uma representação,um conceito,enquanto aquilo é colocar-se perante o objeto,viver com ele,tê-lo realmente na própria vida."
- Fundamentos da Filosofia -p.23/24 - Manuel Garcia Morente.

7."O caminhar da filosofia tem agora parâmetros bem fixos que o balizam e é aí que poderão ser abordados problemas históricos e clássicos da filosofia,seja para orientar sua solução ,seja para desmascarar sua falsa problemáticidade...E se construirá assim o discurso crítico da filosofia cuja força e a grandeza está submissa ao mundo”.
- A Filosofia e a visão comum do mundo.- p.132 - vários autores.

8."Este filosofar não significa apenas fazer individualmente descobertas originais,significa também,e sobretudo,difundir,colocar a disposição verdades já descobertas,socializá-las por assim dizer. O fato de fazer com que uma multidão de homens seja conduzida a pensar em união e coerência a realidade presente é bem mais importante do que a descoberta por parte de um "gênio filosófico"de uma nova verdade que permaneça como patrimônio de pequenos intelectuais".
- Concepção dialética da História - Antonio Gramsci.

Um homem X para a mulher K

Por Gilberto da Silva
Tenho uma amiga que procura um homem. Este homem não sou eu. Não que eu não queira minha amiga K. O que ela sente por mim é apenas admiração e afeição. Não é o desejo por uma bela tarde de amor em uma cama macia, ou uma noitada de sexo que irá acabar com esta afeição.O que K procura é um homem próximo do ideal. Veja bem, para K o homem procurado, desejado deve ter atributos quase que impossíveis de se encontrar num homem moderno, contemporâneo.K deseja um homem que satisfaça seus mais profundos anseios e necessidades. Que não reclame, que ame ir até o banheiro buscar sua toalha, pegar seus chinelos. Coisas simples de um cotidiano de amor e dedicação. K quer um “homem para chamar de seu”, que beijar muito, muito, muito. K quer um homem sem complexo de culpa, sem traumas, ela deseja ser verdadeiramente amada e não simplesmente desejada. A bela deseja ser amada por um homem dinâmico e educado, culto, compreensivo e dedicado. Um homem que saiba se impor sem ser machista, sem violência e com muita fidelidade.Minha bela amiga pode até conseguir outros homens. Uns mais dedicados que outros. Uns mais interessantes que outros. Noites de amor ligeiro, boa música e bares. Mas nenhum chegará próximo do homem X: o ser que ela procura.
Deitada em sua rede, na sua casa de praia, K sonha com o Homem X acariciando seus pés enquanto a brisa marinha suavemente refresca seus cabelos.K quer tudo que uma mulher deseja? Não tenho certeza, mas a bela amiga quer fogo, paixão, tesão, emoção e a força do homem preenchendo seu enorme vazio carencial.Não se desespere pequena K, uma hora qualquer sua boca será beijada por um Homem X. Um Homem X que procura uma mulher K. Os amores surgem para preencherem os vazios de nossas almas. K, a força de seu delicado corpo e a inteligência que lhe é peculiar proporciona e abre o caminho para a chegada do Homem X.

PS. Dedico este pequeno texto às mulheres que, ansiosas por amar, procuram (numa busca quase sempre inútil) o homem ideal, o homem perfeito para chamar de seu.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Emef ensina, na prática, como preservar o meio ambiente

Algumas ações merecem registro. A EMEF José do Patrocínio que fica Rua Cantiga Ingênua, 64 na Vila Liviero, tem atividades que ensinam como preservar o meio ambiente. Num trabalho conjunto entre alunos, professores e comunidade os 3.000m² de área verde da escola foram revitalizados.  Foram realizadas ações tais como a limpeza dos jardins, plantio de mudas, corte do mato e poda de árvores.

Agora com esta bela ação aparecem as maritacas, sabiás, bem-te-vis e azulões nos galhos das mais de 30 árvores frutíferas (mangueiras, abacateiros, bananeiras, figueiras ect) alegrando a vida das crianças e proporcionando momentos de encantamento na relação homem/natureza.


Praças serão reformadas
Quatro praças da região da Subprefeitura Ipiranga passarão por reformas. São elas, Praça Virgílio di Cicco, Praça Jornalista Adriano Campanhole, Praça Flávio Xavier de Toledo e Praça Mario Teles. Cuidar das nossas praças é essencial para manter um mínimo de lazer, cultura e respeito ao meio ambiente.
Nossas praças precisam de cuidados. Com o passar do tempo vão ficando danificadas. Bancos de concreto e pisos precisam ser substituídos, rebaixamento de guias devem ser feitos para ficar de acordo com as normas de acessibilidade às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. A iluminação é outro item importante e nossas praças precisam receber novas lâmpadas para substituir as danificadas.



Limites

Segundo a revista científica Nature (www.nature.com) estamos chegando ao limite da convivência entre o homem e a natureza. Estudo de autoria de Johan Rockströn e outros intitulado A safe operating for humanity indica que a taxa de perda da biodiversidade, calculada em número de espécies por ano era de 0,1 a 1 até o inicio da era industrial. O limite proposto pelo estudo é de 35, mas o valor atual passa de 100. Segundo este estudo há de se impor limites ou fronteiras para a ação do homem.
O estudo indica que os limites já foram ultrapassados nas questões relacionadas à mudanças climáticas, biodiversidade e concentração de nitrogênio na atmosfera.



Ações humanas

No artigo citado acima, os cientistas propuseram nove elementos que são fundamentais para as condições de vida na Terra: mudanças climáticas; acidificação dos oceanos; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e de fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; e a taxa de perda da biodiversidade, tanto terrestre como marinha.

O homem precisa rever sua atitude em relação à natureza. Vivemos numa era em que as ações humanas se tornaram o principal condutor das mudanças ambientais globais. É importante chamar a atenção para outras questões que vão além da emissão de gases do efeito estufa.