segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Náuseas euclidianas

"É difícil imaginar que os indivíduos e as sociedades que se regem pela busca do prazer, tanto ou ainda mais do que pela fuga à dor, consigam sobreviver"

Antônio R. Damásio in O Erro de Descartes.





As vezes sinto uma vontade enorme de vomitar. De espalhar por toda o ambiente aquela gosma tratada pelo digestivo. Algumas - as vezes muitas - coisas me aborrecem. Uma que me deixa doido é falta de ética, de pessoas que mandam textos para serem publicados no meu site descaradamente copiados de outros. Sinto náusea. Sinto uma dor enorme para estes espíritos vivaldinos, safadinhos e imorais. Não que eu deteste imoralidades. Mas as que engordam, eu vomito. Para estes peço aos espíritas que orem por suas almas e peço aos radicais que os levem ao "paredón"! Com meu comportamento humano, sempre preocupado em oferecer o melhor entrego a alma do infeliz para Emannuel e o corpo para Fidel.


Outra coisa que torra meu baixo ventre é a "Sindrome do Eterno Retorno ao Poder". Sensação de asco que senti ao ver aquele professor que outrora tomava as tribunas da associação paulista dos professores e vociferava seu marxismo estalinista, receber de bom tom e com toda felicidade o atual alcaide paulistano numa rua da cidade. Como as coisas mudam, não é Euclides? Sintomas da democracia...


Ainda regurgitando lembro de lambe botas de todas as estirpes. Como é bom o tempo passar. É por isso que desejo morrer o mais tarde possível! Assim tenho história para contar aos meus netos. Pode demorar, mas aos poucos eles vão conhecendo seus algozes...


Euclides, toma jeito! Você vai ficar falado, vai desfilar com gente nova, vai ganhar dinheiro... vai valer a pena? Euclides tú vai vender a alma, a mulher, a amante, os filhos tudo em nome de uma lealdade estranha. Euclides, vou ler uma oráculo do Baltazar Grácian para você:
"A consaguinidade não basta, nem a amizade, nem mesmo o mais forte senso de obrigação, pois dar a alguém o coração é muito diferente de dar-lhe a vontade. A união mais íntima admite excessão; nem por isso se ofendem as leis da cortesia. Não contamos todos os segredos a um amigo, e nem um filho revela tudo ao pai. De algumas coisas calamos com uns e falamos a outros e vice-versa, de modo que confessamos tudo e retemos tudo, dependendo do confidente."

Como viu, Euclides, apesar das náuseas deu tempo de ir buscar um filósofo cristão na prateleira. Outra coisa que detesto e vomito ao receber são piadinhas ridículas sobre o Lula, sobre o Serra, sobre o Kassab e sobre o Ronaldo Fenômeno e sobre a mulher do outro. o Outro é sempre o Outro depende do lado que você está. Portanto, a mulher de lá pode ser a mulher de cá. Sempre ali está presente um pouco de ressentimento, de ódio, de racismo, de preconceito.


Bem Euclides, seu xará já dizia que dados dois pontos, há um segmento de reta que os une; que um segmento de reta pode ser prolongado indefinidamente para construir uma reta; que dado um ponto qualquer e uma distância qualquer pode-se construir um círculo de centro naquele ponto e com raio igual à distância dada, mas na Política nem todos os ângulos retos são iguais. Há sempre uma curva no meio do caminho. Há sempre um ponto além de outro ponto e há sempre um círculo fora do raio.


Agora, que dei uma pausa no texto e tomei um "TUMS", rico em cálcio, posso respirar mais aliviado. Creio que sou ainda uma besta que vê tudo e ainda acredita nas pessoas. Não, preciso vomitar novamente e minha garganta nunca sara.

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