A importância contemporânea do livro impresso
As novas tecnologias de informação que vem se desenvolvendo de forma acelerada e ampla levam o ato de leitura para uma nova era com amplas possibilidades interativas, mas isto não significa que elas retiram o prestígio ao livro impresso. As NTIs – Novas Tecnologias de Informação – ampliam o universo da leitura e tão cheia de novidades que a História fica esquecida.
terça-feira, 10 de julho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
A foto e a história
"A preciosa vantagem que o espetáculo tirou dessa marginalização da história, de já ter condenado toda a história recente a passar à clandestinidade, e de ter conseguido fazer esquecer muito frequentemente o espírito histórico na sociedade, é antes de tudo cobrir a sua própria história: o próprio movimento da sua recente conquista do mundo. O seu poder aparece já familiar, como se tivesse estado lá desde sempre. Qualquer usurpador tenta fazer esquecer que acabou de chegar."
(Guy Debord in Comentários sobre a sociedade do espetáculo)
A
recente repercussão na mídia e na opinião pública (existe?) sobre a foto em que
o ex-líder operário, ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva
aparece feliz e cortês junto ao seu afilhado político, Fernando Haddad e o
ex-governador de São Paulo, ex-prefeito da cidade de São Paulo, deputado
federal e procurado pela Interpol Paulo Salim Maluf é o sintoma da realidade
política que vivemos hoje, não apenas no Brasil, mas em
muitos países mundo afora.
Por mais que tenha causado repulsa numa parcela
significativa da população, por mais que não venha ter efeitos tão devastadores
na sequencia da eleição, vale algumas considerações a partir do fato. Não é de
hoje que uma parcela significativa da elite intelectual e politica
(as duas não necessariamente se confundem) buscam deixar os
rastros do passado saudosos de uma vida nova, ávidos em querer inventar um
futuro somente olhando para o presente, esquecendo a longa narrativa
e estreitando-se pelos caminhos miúdos das narrativas rápidas, passageiras
e frágeis.
Em sua busca frenética por novos caminhos rejeitam e
ignoram o velho, o arcaico, rejeitam em todos os aspectos os conceitos teóricos
dos séculos passados e em muitos casos até do mês passado. O desastre é o
passado e nele não voltaremos gritam pelos cantos do mundo. E ponto final.
Final? Não.... procuram quase que autopoeticamente se renovar, mas como? Eis alguns
conflitos.
Luiza Erundina, no episódio da foto, tomou uma atitude
coerente com seu passado político baseado principalmente na repercussão que o
caso teve nas mídias sociais. Lula foi comer feijoada com o Maluf,
mas não foi comer rabada com a Erundina. Mas há críticas permeando a polêmica. Alguns podem afirmar
que se ela fosse prefeita hoje poderia estaria tomando as mesmas atitudes que
os petistas assumem em seus governos. Mas
a ex-prefeita só recebeu uma condenação na vida pública, em 1999, ao ordenar a confecção de cartazes para avisar os usuários de ônibus
da capital que os coletivos não circulariam nos dias 14
e 15 de março em apoio à greve geral convocada pela CUT e a CGT, como protesto
contra o “Plano Verão.
Governabilidade, tempo de TV, o que importa é a vitória e
jogar para o ralo os anos malditos do tucanato, afirmam muitos
"companheiros". Ainda sobre a repercussão da desistência de
ser vice de Haddad, Erundina teve apoio de muitos tucanos e antipetistas ávidos
para atacar o ninho vermelho. Mas não foram poucos os petistas descontentes e
nem a esquerda sem partido que atacaram.
Vejamos a opinião síntese do caso feita pelo deputado Edinho Silva, presidente estadual do PT:
".... quanta hipocrisia nas reflexões sobre a aliança do PT com o PP na Capital paulista. Respeito a decisão de foro íntimo (firmada em uma leitura política, mas que expressa a sua visão pessoal da conjuntura e da correlação de forças na construção de um projeto de cidade, estado e país) da deputada Luiza Erundina. Mas não posso me calar diante das opiniões provenientes do fato.
Várias candidaturas disputaram o apoio do PP. Nenhuma crítica histórica/moral foi feita, mas quando o PT consegue ampliar a sua aliança, aumentando a sua capacidade de diálogo com o eleitorado, todo o rigor da coerência é tirado das gavetas e armários. Por que a mesma crítica não foi feita antes? O PT não é o único partido que tem lideranças que lutaram pela democratização do Brasil. Vale aqui relembrar que quando da aproximação do PSD à pré-candidatura de Haddad presenciamos o mesmo fenômeno. A quem interessa a limitação política do PT?" (veja artigo em: http://pt-sp.org.br/artigo/?p=Opini%E3o&acao=vernoticia&id=13630)
O que fica do caso fotográfico é a síntese da politica tupiniquim capitalista. Se antes poderia ser "tudo pelo
social", agora "tudo pelo capital" ou "tudo pela
governabilidade". A foto é apenas a expressão dessa realidade em que
muitos ao criticarem apenas corroboram, ao não propor ideias e projetos
diferentes. O medo também ataca as cabeças pensantes...
A foto não é uma foto apenas e sim a concretização da
realidade empobrecida. Esta é a totalidade atual. Não podemos esquecer que
ceifado do enquadramento, mas presente no cenário pictórico, estava Wadih Mutran, vereador da
cidade de São Paulo há mais de 25 anos. Diz o mito que ele nunca perdeu uma
eleição: todo candidato à prefeito que ele apoiou, venceu.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Alguns pequenos mandamentos para o eleitor
1. Não votarás duas vezes no mesmo condenado. Arrumai um outro ainda noviço.
2. Não seja "nelson rodrigues": não perdoe quem já te traiu. Ele te trairá mais uma vez e fugirás com seu ouro.
3. Não acredite naquele que não acredita em você. Faça como ele finja também!
4. Não vote no Macaco ou no Sapo. Animais não merecem homenagens tão repletas de sadismo.
5. Não fale em quem votou. O candidato depois de eleito não está "nem ai" com quem nele votou.
6. Já que os políticos são profissionais que não respeitam o seu ofício, seja você também um profissional exija seus benefícios.
7. Ilusões hão de surgir por entre os verbos. Verbas irão aparecer de imediatamente. Mas seja firme não conte com o ovo antes da galinha.
8. Não acredite mais em promessas eleitorais registradas em cartório. As experiências indicam a inutilidade do ato.
9. Vote. Votar ainda é obrigatório. Há várias maneiras de se votar. Utilize aquela que lhe dará paz na sua consciência (esta só você tem).
10. Não espere pelo político para colocar em prática o que você deseja. Seja moderno. Seja empreendedor. Faça você mesmo!
2. Não seja "nelson rodrigues": não perdoe quem já te traiu. Ele te trairá mais uma vez e fugirás com seu ouro.
3. Não acredite naquele que não acredita em você. Faça como ele finja também!
4. Não vote no Macaco ou no Sapo. Animais não merecem homenagens tão repletas de sadismo.
5. Não fale em quem votou. O candidato depois de eleito não está "nem ai" com quem nele votou.
6. Já que os políticos são profissionais que não respeitam o seu ofício, seja você também um profissional exija seus benefícios.
7. Ilusões hão de surgir por entre os verbos. Verbas irão aparecer de imediatamente. Mas seja firme não conte com o ovo antes da galinha.
8. Não acredite mais em promessas eleitorais registradas em cartório. As experiências indicam a inutilidade do ato.
9. Vote. Votar ainda é obrigatório. Há várias maneiras de se votar. Utilize aquela que lhe dará paz na sua consciência (esta só você tem).
10. Não espere pelo político para colocar em prática o que você deseja. Seja moderno. Seja empreendedor. Faça você mesmo!
segunda-feira, 19 de março de 2012
Confundezas com a Lingua
As dificuldades da convivência entre diferentes culturas e línguas são muito mais do que um simples trocar de artigos ou erros na conjugação verbal. O português não é uma língua fácil e desta complexidade não só o nativo escorrega e tropeça. O estrangeiro sofre e experimenta os percalços da língua romântica.
As palavras faladas fora do seu contexto ao provocar o estranhamento nos dão a certeza de que não podem ser usadas “fora do lugar”. Assim como as idéias, as falas têm seu “locus” certo, exato, onde um erro pode ser fatal.
Jaqueline Novaes, ao recolher fragmentos da sua relação amorosa extrai do seu cotidiano bem mais que um “livro como prova de amor”, mas cenas bem humoradas e pitorescas destas trocas de linguagens. Os “danos colaterais” deste choque de culturas provocam risos, mas o que pode, a princípio supor que seja um livro de “piada de alemão” é mais que uma síntese das sutilizesas cotidianas de um relacionamento marcado pelo inusitado e original.
PS: O texto acima - escrito por mim - é a "orelha" do livro da Jaqueline Novaes
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Estamos muito sérios
Brincava com todos. Todas as brincadeiras modernas daquela época. Na rua. Sei lá quantos apelidos tive e quantos apelidei: era normal. Não era crime. Sei lá o que aprontei... Mais cedo ou mais tarde esquecíamos e partíamos para outra. Tive vários apelidos, nenhum colou. Ainda bem, né??? Lula, Pelé, Garrincha etc só os conheceríamos pelo nome de nascimento....
Preconceito racial e social? Claro, muitos sofrem em silêncio e tocam o barco adiante. Com força, luta, fé e determinação vencem. Trilham seu caminho, mostram seus valores e não a usam como arma.
As vezes fico preocupado com o excesso de preciosismos pós-modernos. Por exemplo, depois de algumas décadas uma barriguinha surge intrépida e formosa em meu corpo. Devo reagir a lei da ditadura da beleza atual? Eliminá-la? Sim, se for para o bem da saúde corporal.
Estou achando que a vida está um pouco sem graça, sem leveza. Sempre lutei por mais seriedade, mas exageraram....
Fico aqui com minha burrice estampada no rosto, com cheiro de cerveja barata tentando viver entre os intelectuais dos espetáculos de realidade. Tanta burrice para nada!
É o mundo está muito sério, hoje mesmo mandaram prender numa casa um morador de rua. Quando eu queria que os militares realizassem greve, não realizavam. Hoje, que julgo não mais necessário, realizam. É muita seriedade. Estou sem aumento real há mais de dez anos e ainda tenho tempo para sorrir. Romário pode ser eleitocomo o melhor deputado desta legislatura! Fala Sério!!!!
Estamos sem limites. A não ser o de velocidade, que não serve para nada....
Preconceito racial e social? Claro, muitos sofrem em silêncio e tocam o barco adiante. Com força, luta, fé e determinação vencem. Trilham seu caminho, mostram seus valores e não a usam como arma.
As vezes fico preocupado com o excesso de preciosismos pós-modernos. Por exemplo, depois de algumas décadas uma barriguinha surge intrépida e formosa em meu corpo. Devo reagir a lei da ditadura da beleza atual? Eliminá-la? Sim, se for para o bem da saúde corporal.
Estou achando que a vida está um pouco sem graça, sem leveza. Sempre lutei por mais seriedade, mas exageraram....
Fico aqui com minha burrice estampada no rosto, com cheiro de cerveja barata tentando viver entre os intelectuais dos espetáculos de realidade. Tanta burrice para nada!
É o mundo está muito sério, hoje mesmo mandaram prender numa casa um morador de rua. Quando eu queria que os militares realizassem greve, não realizavam. Hoje, que julgo não mais necessário, realizam. É muita seriedade. Estou sem aumento real há mais de dez anos e ainda tenho tempo para sorrir. Romário pode ser eleitocomo o melhor deputado desta legislatura! Fala Sério!!!!
Estamos sem limites. A não ser o de velocidade, que não serve para nada....
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
De Wando a Márcia Maria, saudades.
Enquanto o brasileiro consumia as notícias da morte do cantor Wando - então chamado de cantor brega, o "rei das calcinhas" e seus fãs depositavam as últimas lembranças deste artista que embalou corações, pouco foi noticiado sobre a morte a atriz Márcia Maria. Enquanto Wando morreu depois de estar internado vitimizado por um ataque cardíaco. O cantor morreu, aos 66 anos, no dia 8 de fevereiro de insuficiência cardiorrespiratória, deixando esposa, filhos e netos.
Márcia Maria morreu na tarde da mesma quarta-feira, 8 de fevereiro, aos 67 anos. a atriz teve uma forte hemorragia após sofrer uma queda, causada por um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Sozinha em seu apartamento, Márcia foi socorrida por uma vizinha e levada com vida para o Hospital da Vila Alpina, mas não resistiu.
A atriz Márcia Maria foi consagrada por seus trabalhos na televisão, como a personagem Guida de “As Pupilas do Senhor Reitor”. Em 1971, Márcia viveu Veridiana, a principal personagem feminina de Os Deuses estão Mortos, de Lauro César Muniz, considerado uma dos melhores textos de telenovela.
Foi a precursora dos programas femininos, após o fechamento da TV Tupi, Márcia foi aapresentar o Programa A mulher dá o recado, na antiga TV Record. Linda, Márica permanecia quatro horas no ar e ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Voltou a fazer novelas no SBT, Bandeirantes e Record. Além disso, atuou no teatro em peças como Morte e Vida Severina e Como o Vento, de Ronaldo Ciambroni.
Wando morreu ainda no auge de sua carreira. Enquanto estava no dando aulas de artes dramáticas em comunidades carentes de São Paulo em parceria com a Prefeitura. A atriz se preparava para voltar aos palcos em 2012.
Cada qual com suas especialidades e encantos deixarão saudades.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
A velhinha da Glória
Quem vê a velhinha graciosa e saltitante passear pelas ruas de Copacabana, faceira, leve e feliz nunca imagina seu passado. Ela é como um presente perpétuo. Na Glória de antigamente, a velhinha era imbatível com seu charme circulando pelas ruas do Russel, do Catete, pela ladeira da Glória e na Praça Nossa Senhora da Glória.
Não tinha páreo para ninguém tanta beleza deixava o mocinho de queixo caído. Aquele corpinho graúdo, carioca, bronzeada pelo sol a perambular pelas ruas invoca pensamentos duvidosos nas mentes dos rapazes apaixonados. Ela não era fraca não! Teve muitos homens aos seus pés. Do bonitão tipo saradão da praia do Leblon ao feio e charmoso de qualquer canto da cidade todos se rendiam aos seus encantos.
Quando jovem e faceira arrumava um tempo para ir à praia, vestia-se num biquíni preto para quebrar as ondas e os olhos da masculinidade praiana e quiçá de meninas apaixonadas... já estávamos em tempos modernos e por intermédio de algumas fontes soube do amor de meninas por ela. Mas, sem preconceito, escolhera o gênero masculino.
Hoje quando eu a vejo na Avenida Atlântica caminhando para manter a forma esboço um sorriso de felicidade. Há se todas as mulheres fossem iguais a ela! Eu penso na ampliação da felicidade masculina.
Quando caia na noite varava a madrugada e adorava terminá-la namorando a lua e o sol chegando quase ao mesmo tempo.
Certa vez resolveu soltar a voz na areia da Barra. Pessoas estupefatas com o vozeirão que saia daquele mignon meigo e delicado. A galera parou para ouvi-la, os urubus assustados correram. A voz fluía em pedidos de bis.
E quando, delicada, resolveu dançar em praça pública! Rebuliço. Alvoroço. O namorado não entendia nada, atônico e perplexo. Foi o fim. Foi o fim mesmo. E ela detestava miolo mole e quadril pesado. Tinha que dançar, beber e amar muito.
Faceira caminha atualmente pelas ruas da cidade a contar histórias para seus netinhos e ensinando a viver plenamente com alegria e trabalho. Sim, pois mesmo com tanta beleza ela não quis vida fácil. Foi à luta, montou seu negócio, vendia imóveis, vendia seguros e automóveis. Sempre com um largo sorriso no rosto a ensinar para os mais novos o encanto da vida.
Quem gosta desta cena é um antigo namorado dos tempos da Glória que a vê pacientemente sentada num banco da praça e logo em seguida andando de mãos dadas com as crianças cantando mansamente uma canção bonita.
A velhinha esperta namorou muito. Casou, separou, casou, separou, casou, separou, parou. Sim, teve uma hora que cansou e “só namorou” e “só namora” até hoje.
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