segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Homens na Roda da Fortuna


Pense no filho do homem X que se safou da prisão por ter atropelado um bicicletista. Pense naqueles que conseguiram tudo e perdeu. E pense naqueles que nunca conseguirão. Ilusões?? Olhe para aquele menino que acabou de te assaltar. Olhe para aquele outro indo para a escola. O que você tem feito para tudo isso acabar?Tens ficado muito tempo a postar suas críticas e não se autocriticar. Você consegue enxergar os seus erros?Quantos homens X erguerão fortunas sem se importar com os Ys? A Roda da Fortuna é cruel. O mundo da roda da fortuna é amoral.  A Justiça nesse reino não se faz. Tortuoso é o caminho da eternidade. Você tentará???
Pense no político que criticou o Monstro e nele habitou. Pense na Vénus que deixou seu rosto diabólico ao tentar ser a Imperatriz. Você já pagou seu dízimo hoje? Honrou suas cotas? Tentou agradar o rei?
Pense no Destino e suas deusas: a fiadeira, a medidora e a cortadora. Cada uma fazendo o seu serviço em tempo. Na Roda não há circulo vazio. Então os homens podem nela circular. Pense em evoluir e regenerar.
A roda é a própria tortura. A roda é a mudança, mas saiba o destino não vem ao nosso encontro, nós é que vamos ao encontro dele.


Men Of Good Fortune

Lou Reed

Men Of Good Fortune

Men of good fortune, often cause empires to fall
While men of poor beginnings, often can’t do anything at all
The rich son waits for his father to die
The poor just drink and cry
And me I just don’t care at all
Men of good fortune, very often can’t do a thing
While men of poor beginnings, often can do anything
At heart they try to act like a man
Handle things the best way they can
They have no rich daddy to fall back on
Men of good fortune, often cause empires to fall
While men of poor beginnings, often can’t do anything at all
It takes money to make money they say
Look at the Fords, but didn’t they start that way
Anyway, it makes no difference to me
Men of good fortune, often wish that they could die
While men of poor beginnings want what they have
And to get it they’ll die
All those great things that live has to give
They wanna have money and live
But me, I just don’t care at all
Men of good fortune
Men of poor beginning

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A última visita a um futuro ex-amigo

A última visita a um futuro ex-amigo
Chato, assim pensei. Não imaginava que seria assim, ou tinha dúvidas? Fazia um bom tempo que estávamos sem falar e ou trocar telefonemas. Sujeito recatado e desconfiado com as novas mídias, impossível encontrá-lo postando pensamentos ou bricolando frases nas redes sociais. O cara, lá pelos idos passados, tinha sido minha referência em assuntos pautados por política, filosofia e causos da vida cotidiana. Referência que eu tentei até – em vão – copiar, mas minha competência para este tipo de colagem não era das melhores e dei com os burros na água…




sábado, 20 de julho de 2013

Rodando na Roda da Fortuna com 1 de Ouros e sem nada no bolso

Rodando na Roda da Fortuna com 1 de Ouros e sem nada no bolso
O tempo passou e meu amigo ficou no muro vendo a passeata passar. Da janelinha, com bandeirinha na mão, percebeu que as mudanças ocorrem e a verdadeira liberdade é a maneira como lidamos com os acontecimentos do destino. E o destino, se não é traiçoeiro, não é fiel. Não fique pensando em como traçar o destino, ele já  está desenhado e pronto para ilustrar historias em quadrinhos. O destino é um pouco heracliano: o rio é o mesmo, mas as águas…

domingo, 30 de junho de 2013

A escravidão além da cor

A escravidão além da cor
Resenha do livro As cores da escravidão, de Ieda de Oliveira
Por Gilberto da Silva

A escravidão além da cor

A escravidão além da cor
Resenha do livro As cores da escravidão, de Ieda de Oliveira
Por Gilberto da Silva

terça-feira, 18 de junho de 2013

Quando o apego é demais

Quando o apego é demais
Resenha do livro Stalking – A história real de uma perseguição amorosa, de Flávio Braga, lançamento da editora nVersos




quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Tudo eu

Eu não furo fila/Eu não voto em ladrão/eu não sou consumista/ eu não cometo crimes/ eu não sou corrupto/ eu não pagpo impposto/ eu não sei mentir/ eu não sei votar/ eu não sei cantar/ eu não faço nada errado/ eu só eu sei o que é eu/ eu não sou o outro eu sou eu/ sempre indignado com aquele que não é eu/ sempre pronto para criticar aquele que não é eu/ sempre pronto para culpabilizar aquele que não sou eu...
(somente este texto é meu....)

terça-feira, 10 de julho de 2012

A importância contemporânea do livro impresso

A importância contemporânea do livro impresso
As novas tecnologias de informação que vem se desenvolvendo de forma acelerada e ampla levam o ato de leitura para uma nova era com amplas possibilidades interativas, mas isto não significa que elas retiram o prestígio ao livro impresso. As NTIs – Novas Tecnologias de Informação – ampliam o universo da leitura e tão cheia de novidades que a História fica esquecida.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A foto e a história



"A preciosa vantagem que o espetáculo tirou dessa marginalização da história, de já ter condenado toda a história recente a passar à clandestinidade, e de ter conseguido fazer esquecer muito frequentemente o espírito histórico na sociedade, é antes de tudo cobrir a sua própria história: o próprio movimento da sua recente conquista do mundo. O seu poder aparece já familiar, como se tivesse estado lá desde sempre. Qualquer usurpador tenta fazer esquecer que acabou de chegar."
(Guy Debord in Comentários sobre a sociedade do espetáculo)




A recente repercussão na mídia e na opinião pública (existe?) sobre a foto em que o ex-líder operário, ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva aparece feliz e cortês junto ao seu afilhado político, Fernando Haddad e o ex-governador de São Paulo, ex-prefeito da cidade de São Paulo, deputado federal e procurado pela Interpol Paulo Salim Maluf é o sintoma da realidade política que vivemos hoje, não apenas no Brasil, mas em muitos países mundo afora.

Por mais que tenha causado repulsa numa parcela significativa da população, por mais que não venha ter efeitos tão devastadores na sequencia da eleição, vale algumas considerações a partir do fato. Não é de hoje que uma parcela significativa da elite intelectual e politica (as duas não necessariamente se confundem) buscam deixar os rastros do passado saudosos de uma vida nova, ávidos em querer inventar um futuro somente olhando para o presente, esquecendo a longa narrativa e estreitando-se pelos caminhos miúdos das narrativas rápidas, passageiras e frágeis.

Em sua busca frenética por novos caminhos rejeitam  e ignoram o velho, o arcaico, rejeitam em todos os aspectos os conceitos teóricos dos séculos passados e em muitos casos até do mês passado. O desastre é o passado e nele não voltaremos gritam pelos cantos do mundo. E ponto final. Final? Não.... procuram quase que autopoeticamente se renovar, mas como? Eis alguns conflitos. 

Luiza Erundina, no episódio da foto, tomou uma atitude coerente com seu passado político baseado principalmente na repercussão que o caso teve nas mídias sociais. Lula foi comer feijoada com o Maluf, mas não foi comer rabada com a Erundina. Mas há críticas permeando a polêmica. Alguns podem afirmar que se ela fosse prefeita hoje poderia estaria tomando as mesmas atitudes que os petistas assumem em seus governos. Mas a ex-prefeita só recebeu uma condenação na vida pública, em 1999, ao ordenar a confecção de cartazes para avisar os usuários de ônibus da capital que os coletivos não circulariam nos dias 14 e 15 de março em apoio à greve geral convocada pela CUT e a CGT, como protesto contra o “Plano Verão.

Governabilidade, tempo de TV, o que importa é a vitória e jogar para o ralo os anos malditos do tucanato, afirmam muitos "companheiros". Ainda sobre a repercussão da desistência de ser vice de Haddad, Erundina teve apoio de muitos tucanos e antipetistas ávidos para atacar o ninho vermelho. Mas não foram poucos os petistas descontentes e nem a esquerda sem partido que atacaram.

Vejamos a opinião síntese do caso feita pelo deputado Edinho Silva, presidente estadual do PT:

".... quanta hipocrisia nas reflexões sobre a aliança do PT com o PP na Capital paulista. Respeito a decisão de foro íntimo (firmada em uma leitura política, mas que expressa a sua visão pessoal da conjuntura e da correlação de forças na construção de um projeto de cidade, estado e país) da deputada Luiza Erundina. Mas não posso me calar diante das opiniões provenientes do fato. 

Várias candidaturas disputaram o apoio do PP. Nenhuma crítica histórica/moral foi feita, mas quando o PT consegue ampliar a sua aliança, aumentando a sua capacidade de diálogo com o eleitorado, todo o rigor da coerência é tirado das gavetas e armários. Por que a mesma crítica não foi feita antes? O PT não é o único partido que tem lideranças que lutaram pela democratização do Brasil. Vale aqui relembrar que quando da aproximação do PSD à pré-candidatura de Haddad presenciamos o mesmo fenômeno. A quem interessa a limitação política do PT?" (veja artigo em: 
http://pt-sp.org.br/artigo/?p=Opini%E3o&acao=vernoticia&id=13630)

O que fica do caso fotográfico é a síntese da politica tupiniquim capitalista. Se antes poderia ser "tudo pelo social", agora "tudo pelo capital" ou "tudo pela governabilidade". A foto é apenas a expressão dessa realidade em que muitos ao criticarem apenas corroboram, ao não propor ideias e projetos diferentes. O medo também ataca as cabeças pensantes... 

A foto não é uma foto apenas e sim a concretização da realidade empobrecida. Esta é a totalidade atual. Não podemos esquecer que ceifado do enquadramento, mas presente no cenário pictórico, estava Wadih Mutran, vereador da cidade de São Paulo há mais de 25 anos. Diz o mito que ele nunca perdeu uma eleição: todo candidato à prefeito que ele apoiou, venceu.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Alguns pequenos mandamentos para o eleitor

1. Não votarás duas vezes no mesmo condenado. Arrumai um outro ainda noviço.


2. Não seja "nelson rodrigues": não perdoe quem já te traiu. Ele te trairá mais uma vez e fugirás com seu ouro.


3. Não acredite naquele que não acredita em você. Faça como ele finja também!


4. Não vote no Macaco ou no Sapo. Animais não merecem homenagens tão repletas de sadismo.


5. Não fale em quem votou. O candidato depois de eleito não está "nem ai" com quem nele votou.


6. Já que os políticos são profissionais que não respeitam o seu ofício, seja você também um profissional exija seus benefícios.


7. Ilusões hão de surgir por entre os verbos. Verbas irão aparecer de imediatamente. Mas seja firme não conte com o ovo antes da galinha.


8. Não acredite mais em promessas eleitorais registradas em cartório. As experiências indicam a inutilidade do ato.


9. Vote. Votar ainda é obrigatório. Há várias maneiras de se votar. Utilize aquela que lhe dará paz na sua consciência (esta só você tem). 


10. Não espere pelo político para colocar em prática o que você deseja. Seja moderno. Seja empreendedor. Faça você mesmo!



segunda-feira, 19 de março de 2012

Confundezas com a Lingua




As dificuldades da convivência entre diferentes culturas e línguas são muito mais do que um simples trocar de artigos ou erros na conjugação verbal. O português não é uma língua fácil e desta complexidade não só o nativo escorrega e tropeça. O estrangeiro sofre e experimenta os percalços da língua romântica.

As palavras faladas fora do seu contexto ao provocar o estranhamento nos dão a certeza de que não podem ser usadas “fora do lugar”. Assim como as idéias, as falas têm seu “locus” certo, exato, onde um erro pode ser fatal.
Jaqueline Novaes, ao recolher fragmentos da sua relação amorosa extrai do seu cotidiano bem mais que um “livro como prova de amor”, mas cenas bem humoradas e pitorescas destas trocas de linguagens. Os “danos colaterais” deste choque de culturas provocam risos, mas o que pode, a princípio supor que seja um livro de “piada de alemão” é mais que uma síntese das sutilizesas cotidianas de um relacionamento marcado pelo inusitado e original.
O ilustrador Dias captou e traduziu as “falas fora do lugar” com um traço bonito e inteligente e Jaqueline deixa como produto desta convivência um dicionário engraçado, divertido e de agradável leitura.

PS: O texto acima - escrito por mim - é a "orelha" do livro da Jaqueline Novaes

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Estamos muito sérios

Brincava com todos. Todas as brincadeiras modernas daquela época. Na rua. Sei lá quantos apelidos tive e quantos apelidei: era normal. Não era crime. Sei lá o que aprontei... Mais cedo ou mais tarde esquecíamos e partíamos para outra. Tive vários apelidos, nenhum colou. Ainda bem, né??? Lula, Pelé, Garrincha etc só os conheceríamos pelo nome de nascimento....


Preconceito racial e social? Claro, muitos sofrem em silêncio e tocam o barco adiante. Com força, luta, fé e determinação vencem. Trilham seu caminho, mostram seus valores e não a usam como arma.


As vezes fico preocupado com o excesso de preciosismos pós-modernos. Por exemplo, depois de algumas décadas uma barriguinha surge intrépida e formosa em meu corpo. Devo reagir a lei da ditadura da beleza atual? Eliminá-la? Sim, se for para o bem da saúde corporal.


Estou achando que a vida está um pouco sem graça, sem leveza. Sempre lutei por mais seriedade, mas exageraram....


Fico aqui com minha burrice estampada no rosto, com cheiro de cerveja barata tentando viver entre os intelectuais dos espetáculos de realidade. Tanta burrice para nada!


É o mundo está muito sério, hoje mesmo mandaram prender numa casa um morador de rua. Quando eu queria que os militares realizassem greve, não realizavam. Hoje, que julgo não mais necessário, realizam. É muita seriedade. Estou sem aumento real há mais de dez anos e ainda tenho tempo para sorrir. Romário pode ser eleitocomo o melhor deputado desta legislatura! Fala Sério!!!!


Estamos sem limites. A não ser o de velocidade, que não serve para nada....

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De Wando a Márcia Maria, saudades.


Enquanto o brasileiro consumia as notícias da morte do cantor Wando - então chamado de cantor brega, o "rei das calcinhas" e seus fãs depositavam as últimas lembranças deste artista que embalou corações, pouco foi noticiado sobre a morte a atriz Márcia Maria. Enquanto Wando morreu depois de estar internado vitimizado por um ataque cardíaco. O cantor morreu, aos 66 anos,  no dia 8 de fevereiro de insuficiência cardiorrespiratória, deixando esposa, filhos e netos.
Márcia Maria morreu na tarde da mesma quarta-feira, 8 de fevereiro,  aos 67 anos. a atriz teve uma forte hemorragia após sofrer uma queda, causada por um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Sozinha em seu apartamento, Márcia foi socorrida por uma vizinha e levada com vida para o Hospital da Vila Alpina, mas não resistiu.
A atriz Márcia Maria foi consagrada por seus trabalhos na televisão, como a personagem Guida de “As Pupilas do Senhor Reitor”.  Em 1971, Márcia viveu Veridiana, a principal personagem feminina de Os Deuses estão Mortos, de Lauro César Muniz, considerado uma dos melhores textos de telenovela.
Foi a precursora dos programas femininos, após o fechamento da TV Tupi, Márcia foi aapresentar o Programa A mulher dá o recado, na antiga TV Record. Linda, Márica permanecia quatro horas no ar e ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Voltou a fazer novelas no SBT, Bandeirantes e Record. Além disso, atuou no teatro em peças como Morte e Vida Severina e Como o Vento, de Ronaldo Ciambroni.
Wando morreu ainda no auge de sua carreira. Enquanto estava no dando aulas de artes dramáticas em comunidades carentes de São Paulo em parceria com a Prefeitura. A atriz se preparava para voltar aos palcos em 2012.
Cada qual com suas especialidades e encantos deixarão saudades.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A velhinha da Glória

Quem vê a velhinha graciosa e saltitante passear pelas ruas de Copacabana, faceira, leve e feliz nunca imagina seu passado. Ela é como um presente perpétuo. Na Glória de antigamente, a velhinha era imbatível com seu charme circulando pelas ruas do Russel, do Catete, pela ladeira da Glória e na Praça Nossa Senhora da Glória.
Não tinha páreo para ninguém tanta beleza deixava o mocinho de queixo caído.  Aquele corpinho graúdo, carioca, bronzeada pelo sol a perambular pelas ruas invoca pensamentos duvidosos nas mentes dos rapazes apaixonados. Ela não era fraca não! Teve muitos homens aos seus pés. Do bonitão tipo saradão da praia do Leblon ao feio e charmoso de qualquer canto da cidade todos se rendiam aos seus encantos.
Quando jovem e faceira arrumava um tempo para ir à praia, vestia-se num biquíni preto para quebrar as ondas e os olhos da masculinidade praiana e quiçá de meninas apaixonadas... já estávamos em tempos modernos e por intermédio de algumas fontes soube do amor de meninas por ela. Mas, sem preconceito, escolhera o gênero masculino.
Hoje quando eu a vejo na Avenida Atlântica caminhando para manter a forma esboço um sorriso de felicidade. Há se todas as mulheres fossem iguais a ela! Eu penso na ampliação da felicidade masculina.
Quando caia na noite varava a madrugada e adorava terminá-la namorando a lua e o sol chegando quase ao mesmo tempo.
Certa vez resolveu soltar a voz na areia da Barra. Pessoas estupefatas com o vozeirão que saia daquele mignon meigo e delicado. A galera parou para ouvi-la, os urubus assustados correram. A voz fluía em pedidos de bis.
E quando, delicada, resolveu dançar em praça pública! Rebuliço. Alvoroço. O namorado não entendia nada, atônico e perplexo. Foi o fim. Foi o fim mesmo. E ela detestava miolo mole e quadril pesado. Tinha que dançar, beber e amar muito.
Faceira caminha atualmente pelas ruas da cidade a contar histórias para seus netinhos e ensinando a viver plenamente com alegria e trabalho. Sim, pois mesmo com tanta beleza ela não quis vida fácil. Foi à luta, montou seu negócio, vendia imóveis, vendia seguros e automóveis. Sempre com um largo sorriso no rosto a ensinar para os mais novos o encanto da vida.
Quem gosta desta cena é um antigo namorado dos tempos da Glória que a vê pacientemente sentada num banco da praça e logo em seguida andando de mãos dadas com as crianças cantando mansamente uma canção bonita.
A velhinha esperta namorou muito. Casou, separou, casou, separou, casou, separou, parou. Sim, teve uma hora que cansou e “só namorou” e “só namora” até hoje. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pontes do passado


Por aqueles caminhos não mais passaremos
Ficaremos de volta ao passado admirando a paisagem
Onde dia e noite
horas a fio
sentíamos a brisa das manhãs.


As árvores foram cortadas.
O lago poluído.
A ponte quebrada.
As palavras secaram.

O trilho cimentado
impermeabiliza nosso sentimento.

Aquele raio de luz ainda deve vagar por algum lugar.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Simetria

Foto: Gilberto da Silva/p@rtes
Já tentei ver simetria onde nada havia
Procurei a noite onde o dia existia.

Não, não temos espaços tão vazios
apenas não ocupamos nossos dias
como devíamos.

Se volto para a claridão do Sol
uma cadeira
um guarda
um sol
um dia
não havia

Contarei todas as linhas,
delimitarei as retas
ou molharei meus pés na água fria.

Miguel, o cavaleiro da honestidade